Denúncia será analisada pela Auditoria da 9ª CJM-MS; documento menciona 11 militares, incluindo tenente, sargentos e cabos
Por Agência 24h*
O promotor da Justiça Militar, Marcos José Pinto, apresentou denúncia contra vários militares pela morte do soldado Vinícius Ibanez Riquelme, de 19 anos, e por agressões a outros recrutas durante um treinamento do Exército em Bela Vista. Vinícius faleceu em 27 de abril de 2024, na Santa Casa de Campo Grande, após passar mal no treinamento.
Foram denunciados à Justiça Militar:
– Thiago Mauri Marçal, 2º Tenente do Exército
– Victor Augusto Albuquerque Barros, 3º Sargento
– Gustavo Doré Gonçalves, 3º Sargento (acusado de maus-tratos)
– Arthur Castelani Lopes, 3º Sargento
– Breno Gonçalves Salles, 3º Sargento
– Lucas Romero Silvestre, Cabo do Exército (acusado de maus-tratos com qualificadora de morte)
– Everton Marim Figueiredo, Cabo do Exército (acusado de abuso dos meios de correção, instrução e disciplina)
– Luiz Eduardo Coronel Siqueira, Soldado do Efetivo
– Weverton da Silva Dias, Soldado do Efetivo
– Cleison Rodrigues Marinho, Soldado
– Marcos Vinícius Irala dos Santos, Soldado
O promotor afirmou que a materialidade dos fatos está comprovada por fotos mostrando as mãos queimadas de dois militares ofendidos. O Ministério Público relata que os acusados expuseram a saúde dos recrutas, obrigando-os a comer alho e cebola crus, agredindo-os com galhos de árvore e forçando-os a rastejar.
Os superiores também teriam ridicularizado um recruta, colocando um adesivo no capacete dele com a inscrição “CUIDADO-FRÁGIL” devido à sua orientação sexual, cujo nome não foi divulgado por respeito.
A certidão de óbito do soldado Vinícius indica que ele morreu por “choque, necrose centro-lobular, distúrbio hidro-eletrolítico, desidratação, síndrome infecciosa e realização de exercícios físicos rigorosos”. Segundo a denúncia, o Cabo Lucas Romero Silvestre contribuiu decisivamente para a morte de Vinícius ao impedir que ele se alimentasse.
O promotor destacou que os instrutores devem seguir os regulamentos e a finalidade dos exercícios, agindo de forma digna e justa para formar soldados que representarão as Forças Armadas. Praticar maus-tratos é inaceitável e prejudica não só os ofendidos, mas também o Estado e as Forças Armadas.
A denúncia será analisada pela Justiça Militar, com o processo tramitando na Auditoria da 9ª CJM-MS, sob o comando do juiz Jorge Luiz de Oliveira da Silva.
(*) Fonte: Promotoria da Justiça Militar
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