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O pulo da onça: Política ambiental ganha força, mas pressão da mudança climática exige mais

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Governo vê necessidade de rever governança socioambiental e práticas sustentáveis no Pantanal por ameaças à reserva da biosfera

Futuro dos recursos naturais depende da conservação e da relação dos humanos com os ecossistemas
Por Agência 24h

A visita do presidente Lula nas áreas afetadas por incêndios no Pantanal, prevista para a quarta-feira, 31, contribui para o fortalecimento e nova visão de governança socioambiental. Depois de duas visitas ministeriais, a presença do presidente se torna importante para deixar claro o compromisso com uma gestão efetiva de política ambiental, colocando dinheiro suficiente para tocar as demandas e as ações de enfrentamento aos incêndios florestais, os naturais e aqueles provocados pela ação humana. Já mandou dizer que não faltará verba para a batalha contra o fogo travada pelos governos federal e estadual. Diz, ainda, que a comunidade internacional precisa contribuir com recursos, além do que já faz no campo da ciência.

Muito provavelmente virá a tona o programa BID Pantanal, que se tornou uma lenda. Idealizado em 1995, engavetado pelo Ministério do Meio Ambiente no governo Lula 1, hibernou por mais de 20 anos e entrou em gestação no Ministério da Agricultura e Pecuária no dia 5 de outubro de 2023. Está há nove meses em fase de finalização, segundo o MAPA. O programa foi agasalhado pelo MAPA porque há segundo o Ministério, crédito pré aprovado do BID de 400 milhões de dólares. Não é dinheiro dado. É empréstimo a longuíssimo prazo com todos os encargos bancários, embora em taxas especiais.

O Pantanal é uma reserva da biosfera, sob os olhares do planeta. Por estar entre vitrines e negócios, o Pantanal, assim como a Amazônia, chama mais a atenção pelo grau de devastação provocado pelos incêndios. Para o governo federal é preciso dar uma basta à complacência histórica em relação ao manejo equivocado de algumas atividades no Pantanal e mudar os rumos. A pressão da mudança do clima tem sentido. Mas mudar rumos agora significa desmontar estruturas. Não é tarefa fácil.

Queira ou não o Pantanal é uma vitrine da sustentabilidade e o fortalecimento da governança socioambiental é mais que fundamental. Não à toa foi declarado reserva da biosfera, porque privilegia o uso sustentável dos recursos naturais nas áreas assim protegidas, promove o conhecimento, a prática e os valores humanos para harmonizar as relações entre as populações e o meio ambiente, para a coexistência pacífica.

O bioma do Pantanal é uma unidade ecológica natural, definida por suas características biológicas e físicas (biodiversidade e ecossistemas naturais). A Reserva da Biosfera do Pantanal é uma designação de conservação e manejo sustentável, promovida pela UNESCO, que inclui áreas do bioma do Pantanal com o objetivo de balancear a conservação com o desenvolvimento humano sustentável.

AMEAÇA

Reserva da Biosfera

Embora há previsão de que o presidente faça um remember dos novos investimentos do governo federal em projetos selecionados pelo Novo PAC, nas áreas de infraestrutura social, água, esgoto entre outras ações, em valores próximos a R$ 400 milhões, seria importante observar que R$ 200 milhões empregados no combate aos incêndios, considerando os recursos federais e estaduais, são pouca coisa. A gestão do bioma do Pantanal envolve políticas nacionais de preservação ambiental e desenvolvimento regional. E principalmente de conservação para regenerar a flora e salvar a fauna.

Não se pode negar a ameaça de extinção de algumas espécies, tanto de vertebrados quanto de invertebrados. São muitos incêndios, parte das queimadas, como já foi constatado pelas últimas investigações do Ibama e Polícia Federal, foi provocada por atividades agropecuárias, que pouco a pouco vão se expandindo, de certa forma até com a complacência inadvertida de setores que deveriam proteger o meio ambiente. É preciso prevenir e conservar, punir com multas os danos já consumados não passa de consolo.

A região do Pantanal é de muita atividade agropecuária, com  fazendas que possuem grandes extensões de terra. Volta e meia há queimadas e desmatamento, por mais terras para agricultura e gado. Está muito evidente que não existe outra forma que não seja proteger o Pantanal por meio de mecanismos mais eficientes, envolvendo reconhecimento internacional e várias unidades de conservação.

A criação da Reserva da Biosfera do Pantanal precisa ser entendida, que a ideia não é de expulsar os homens de suas terras. A ideia é que o bioma seja preservado e ao mesmo tempo se pratique atividades econômicas que sejam mais sustentáveis e limitadas para que o apelo econômico não extrapole os limites da sensatez.

A pecuária, a mineração, a agricultura mecanizada de grãos, o turismo, o transporte de cargas e a pesca esportiva são atividades importantes para as comunidades locais, mas precisam repensar as práticas sustentáveis dentro das práticas econômicas. Poucas têm ações definidas de conservação e preservação, que demandam mais investimentos em pesquisa, educação e o turismo de natureza, pois a observação também traz elementos que sugerem as práticas sustentáveis e o aprimoramento das relações do homem com a natureza.

Entender melhor a ecologia e a biodiversidade, proteger a vida selvagem e conscientização são iniciativas mais importantes nesse momento em que se pergunta qual será o futuro do Pantanal depois dessa temporada de incêndios e degradação de seus ecossistemas.

(*) Fotos: Reprodução da Internet

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