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Qualidade de vida torna Campo Grande uma das cidades mais sustentáveis

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Goiânia e Campo Grande são os municípios da região Centro Oeste melhor classificados. Dourados aparece na décima colocação em Desenvolvimento Sustentável.

Campo Grande é realmente um bom lugar para se viver. A Capital das Oportunidades está com nota acima da média nas convenções ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU) e ESG (Environmental, Social, and Corporate Governance, traduzindo: governança ambiental, social e corporativa) acima da média da região Centro Oeste.

O levantamento, do Centro de Liderança Pública, analisou 31 municípios localizados nos três estados da região Centro-Oeste: 17 em Goiás, 5 no Mato Grosso do Sul e 9 no Mato Grosso. A nota média ODS para a região Centro-Oeste é de 54,84, e a nota média ESG é de 52,52. Campo Grande obteve 67,98 em ODS e 70,52 em ESG.

As notas médias regionais foram menores que as notas médias gerais. No entanto, observa-se que cerca de 35,4% dos municípios da região, que corresponde a 11 municípios, possuem uma nota maior que a nota média ODS e ESG. Campo Grande está em primeiro lugar entre os 11 municípios citados.

Desafios

Em uma comparação mais geral, é possível ainda observar que a nota média dos municípios, em grande parte, não sofreu alterações significativas em relação à análise de 2022 para a análise realizada em 2023. A nota média de performance dos ODS para os municípios em 2022 foi de 58,7 enquanto em 2023, a nota média ODS está em 59,2.

De acordo com o levantamento, os maiores desafios no ano de 2023, para os 410 municípios analisados, em relação aos ODS permanecem sendo quanto ao desempenho nos indicadores que contribuem para as notas do ODS 10 – Redução das Desigualdades e do ODS 8 – Trabalho Decente e Desenvolvimento Econômico.

Campo Grande também sai na frente na nota ESG. Dos doze municípios melhor avaliados na Região Centro-Oeste, a Capital do Mato Grosso do Sul está em primeiro lugar e saiu da 137º posição em 2021, para a 111ª em 2022 e 108ª neste ano, entre os 410 municípios avaliados.

Govenança

Na análise ESG, a dimensão de maior nota média entre os municípios da região Centro-Oeste é a de Governança.

Este quesito, inclusive, é o que possui a melhor performance média entre os municípios. A nota média para essa dimensão é de 61,9, sendo que 53,9% dos municípios (221) possuem uma nota maior que 62,0.

Em relação à avaliação da dimensão ambiental, a nota média é um pouco menor que a de governança: 59,4, demonstrando uma alteração no cenário comparativo ao ano de 2022, onde a dimensão ambiental apresentava a nota mais expressiva.

Entre as três dimensões, a social é a que apresenta a menor nota média entre os municípios avaliados: 52,5, sendo que apenas 34,8% (143) dos municípios possuem uma nota maior que 62,0 para essa dimensão.

Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR).

O IDSC-BR analisou os dados de 59 cidades do Centro-Oeste – 50 localizadas no estado de Goiás, cinco em Mato Grosso do Sul e quatro em Mato Grosso – e, pela metodologia utilizada no estudo, quanto mais perto de 100 a pontuação estiver, menor a distância para o município atingir os objetivos definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015.

As 10 cidades melhores classificadas da região Centro-Oeste no IDSC-BR: 1ª Goiânia (GO) 61,68; 2ª Campo Grande (MS) 58,64; 3ª Nerópolis (GO) 57,59; 4ª Anápolis (GO) 56,27; 5ª Nova Veneza (GO) 56,05; 6ª Rondonópolis (MT) 54,85; 7ª Inhumas (GO) 54,83; 8ª Goianésia (GO) 54,55; 9ª Águas Lindas de Goiás (GO) 54,52; 10ª Dourados (MS) 54,48.

Baixo índice

O Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR) permite também comparar a pontuação dos municípios do Centro-Oeste com a registrada por aqueles localizados em outras regiões do país. Ao fazer isso, verifica-se que Goiânia está na 111ª posição do ranking nacional. Campo Grande encontra-se bem mais distante: na 225ª colocação.

Ao todo, o levantamento avaliou e comparou dados de 770 municípios brasileiros, incluindo as capitais estaduais, cidades das regiões metropolitanas mais populosas e de todas as regiões e biomas do país.

Focando apenas nos municípios da região Centro-Oeste, os de menor pontuação média no índice e, portanto, os mais distantes de atingir os ODS são Vila Boa (GO) e Flores de Goiás (GO). O primeiro registra 38,99 pontos e o segundo, 39,25. No ranking nacional, Vila Boa está na 757ª colocação e Flores de Goiás na 755ª posição.

Na classificação das demais cidades avaliadas no Centro-Oeste, Mundo Novo, em Mato Grosso do Sul, aparece na 12ª posição, com índice de 54,27. Os demais municípios do Estado estão com baixa avaliação. Corumbá está na 36ª, com 49,51, e Aquidauana em 50ª, com 45,84.

Maiores desafios

Elaborado pelo Programa Cidades Sustentáveis, em parceria com a Sustainable Development Solutions Network (SDSN) e com apoio do Projeto CITinova, o IDSC-BR revela ainda a situação dos municípios em relação a cada um dos 17 ODS.

Segundo os dados separados por objetivo, os maiores desafios para o conjunto das cidades do Centro-Oeste cumprir a Agenda 2030 estão relacionados ao ODS3 – Saúde e Bem-Estar, ODS 4 – Educação de Qualidade, ODS 10 – Redução das Desigualdades e ODS 5 – Igualdade de Gênero.

Dos 59 municípios da região avaliados, 58 estão com o OD3 – Saúde e Bem-Estar assinalado em vermelho, a pior avaliação da tabela de cores estruturada no levantamento. Apenas uma, Corumbá de Goiás, registra o objetivo na cor laranja, a segunda pior na escala.

Situação parecida ocorre com o ODS 4 – Educação de Qualidade e ODS 10 – Redução das Desigualdades. Ambos registram cor vermelha para 57 cidades e laranja em apenas duas.

Já o ODS 5 – Igualdade de Gênero tem marcação vermelha para 56 municípios, enquanto três estão em laranja.
A tabela registra ainda as cores verde – a melhor avaliação – e a amarela – a segunda melhor.

Para elaborar a tabela de cores por ODS e a pontuação de cada município, o IDSC-BR utilizou 88 indicadores de gestão relacionados aos diversos temas abordados pelos 17 ODS. O levantamento dos dados foi realizado pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).

Queimadas e pandemia

Os dados utilizados pelo IDSC-BR para avaliar o desempenho dos municípios são anteriores aos graves problemas enfrentados pela região Centro-Oeste de secas e queimadas, bem como do início da pandemia de Covid-19. Portanto, não incluem os impactos negativos desses fatos na saúde, educação, desigualdade social, meio ambiente e em outras áreas relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Este ano, por exemplo, a área queimada do Pantanal superou a média histórica em período de seca. Localizado em Mato Grosso do Sul, o bioma é a maior planície alagável do planeta. Porém, está há três anos sem cheia nos rios, o que provoca consequências econômicas, sociais e ambientais para toda a região.

Em relação ao novo coronavírus, de acordo com especialistas, a pandemia piorou os indicadores de saúde, ampliou as desigualdades e, em virtude do necessário fechamento de escolas, afetou o aprendizado dos alunos e provocou evasão escolar.

Focando apenas neste último ponto, a educação, o Banco Mundial emitiu um relatório alertando que as consequências podem ser graves e duradouras para o processo de aprendizagem. “Dois a cada três alunos brasileiros podem não aprender a ler adequadamente um texto simples aos 10 anos”, afirma o documento, que analisou o impacto da Covid-19 na educação dos países da América Latina e Caribe.

Portanto, os desafios para as cidades alcançarem os ODS podem ser ainda maiores.

(Com informações de Silvio Andrade – Lugares/Eco)

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