Relicitação da Malha Oeste deve ocorrer no segundo semestre. Novas concessões serão pelos próximos 60 anos.
Por AGÊNCIA 24H*
Durante reunião na quarta-feira (3) em Brasília (DF) com o ministro dos Transportes, Renan Filho, os governadores Eduardo Riedel, de Mato Grosso do Sul, e Tarcísio Freitas, de São Paulo, discutiram o projeto de relicitação da ferrovia Malha Oeste. A linha que será entregue mais uma vez à iniciativa privada, passa pelos dois estados numa extensão de mais de 1.600 quilômetros entre as cidades de Corumbá e Mairinque (SP).
O projeto de recuperação da ferrovia em Mato Grosso do Sul, reascende o sonho da volta do Trem do Pantanal, que já foi o principal produto turístico de MS. Após a concessão do trecho na década de 1990, houve até tentativa de ativação do velho trem, na primeira década de 2000, mas que só operou entre Campo Grande e Aquidauana e depois foi logo desativado. Mas a hipótese de aproveitar a reativação para também pensar na exploração da ferrovia como produto turístico ainda não foi levantada. A concessão é voltada ao transporte de cargas.
Sobre o projeto que foca na melhoria da infraestrutura de transportes e conexão com outros corredores logísticos, além da interligação com a Malha Paulista, o governador Eduardo Riedel vê boa perspectiva. “Os entendimentos estão avançando bem com todas as partes interessadas, incluindo as empresas que estão se instalando e a operadora. A gente vai chegar a um consenso desse melhor projeto para poder iniciar a operação”, declarou Riedel.
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As empresas de celulose Suzano e Eldorado apresentaram projetos para fazer trechos de ferrovia. O objetivo é escolher a melhor opção indo de Três Lagoas até Aparecida do Taboado onde seria feita a conexão entre as Malhas Oeste e Paulista.
“Já foi apresentado um projeto que está em licenciamento por parte do Estado de Mato Grosso do Sul, mas precisa da interlocução do Ministério da Infraestrutura e da concordância do governador Tarcísio para que a gente viabilize diante das partes interessadas no retorno de operação da Malha Oeste. De Campo Grande a Três Lagoas e depois Corumbá na outra ponta trabalhando com mineração”, explicou o governador.
O modelo ainda não está definido. Este trecho especificamente pode ter de R$ 5 a 6 bilhões de investimentos, mas o projeto ainda precisa avançar como um todo para a estimativa se confirmar. O principal objetivo é a viabilidade econômica contribuindo assim com as cadeias produtivas no escoamento e na logística do Estado.
A previsão é que o processo de relicitação da Malha Oeste ocorra no segundo semestre de 2024 com expectativa de um edital chegando a R$ 18 bilhões de investimentos em 60 anos.
No encontro tarde também foi discutido o pedido para que a União repasse as rodovias BR-262 e BR-267 ao Estado. Depois a intenção é fazer a concessão das vias à iniciativa privada. “O Governo Federal através do Ministro Renan tem toda a boa vontade de poder fazer a delegação para Mato Grosso do Sul, estão aguardando o nosso projeto que está sendo executado. A gente tem a expectativa de final de maio ter isso definido e trazer ao Ministério. Eles aprovando, aí nós vamos para o mercado”, explica Riedel.
A estimativa inicial é em torno de R$ 5 bilhões para um pacote formado pelas duas rodovias junto com a MS-040. O trecho todo de concessão seria em torno de 880 quilômetros.
(*) Texto: Danielly Escher e Bruno Chaves – GOVERNO MS
Revisado com acréscimo de informações pela Agência 24h
Foto da reunião em Brasília: Bruno Chaves
Fotos dos trechos ferroviários: Reprodução Emerson Souza-Panrotas